O Primeiro "Livro" Mau

Já passei por várias fases literárias como fantasia, épico, romance sobrenatural, distopias, clássicos da literatura, YA books e atualmente, estou na fase dos livros “diferentex”. Esses livros são aqueles que fogem totalmente do que estamos acostumados a ler, com personagens fora do comum. Com certeza, O Primeiro Homem Mau de Miranda July está no topo de livro mais “diferentex” que li na minha vida de tão doido e sem-noção. Se preparem.
A história é sobre Cheryl, uma mulher por volta dos quarenta anos que é apaixonada (de forma obcecada) por Philip, um colega de trabalho vinte anos mais velho que ela. Ela acredita piamente que eles já foram um casal em vidas passadas – e essa é apenas uma de suas esquisitices. Ela trabalha em uma empresa que vende vídeo-aulas de defesa-pessoal e fitness. Sua vida muda literalmente de cabeça para baixo, quando ela aceita que a filha de seus chefes, Clee, venha morar em sua casa.
Cheryl é uma pessoa metódica. Ela gosta de poupar seu tempo, por isso evita fazer tarefas desnecessárias. Já Clee é bagunceira, pouco higiênica e bastante violenta (e você não entende em nenhum momento o motivo dela ter saído de casa). Imagine alguém adentrar sua casa de favor e ainda bater em você? Essa é Clee. Para enfrentá-la, Cheryl começa a assistir os vídeos-aulas de defesa pessoal de sua empresa e a partir disso vai rolando um companheirismo entre elas, no mínimo bizarro. Para ajudar nessa fase, Cheryl frequenta uma terapeuta tão doida quanto ela, o que rende vários diálogos engraçados.
Outra parte engraçada é a mania que Cheryl tem quando vê bebês. Em sua infância ela gostou muito de um bebê e o nomeou de Kubelko Bondy. A partir daí, todos os bebês que ela vê, ela acha que é Kubelko e começa a dialogar com eles mentalmente. É. E isso é um detalhe bastante importante para o desenrolar da história.
O Primeiro Homem Mau é o tipo de livro que realmente tira a gente da zona de conforto, não porque tem temas que nos fazem questionar a vida, mas porque nos apresenta a personagens inusitados em situações tão inusitadas quanto. Não tem como não se envolver com a narração de Miranda July e se identificar, nem que seja um pouquinho, com as loucuras da Cheryl. 


Danielly Stefanie

21 anos, formada em Publicidade. Não sabe se gosta mais de escrever ou de desenhar. Não sabe se tem mais medo da tela em branco do Word ou do Photoshop. Lê praticamente qualquer tipo de livro. É apaixonada por cultura japonesa, faz aulas de japonês, pratica karatê e kobudo. Sem falar todas os animes que assiste. Um dia vai trabalhar no Studio Ghibli (só não sabe se será desenhando ou escrevendo).

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